Florença. Só a palavra, um simples nome, me transporta para uma míriade de sensações, imagens, cheiros, fantasias e sonhos tornados realidade em dois dias inesquecíveis... Sem dúvida uma das cidades italianas que mais me tocou, de tantas formas diferentes. Quero ir viver para Itália. Mais especificamente para Florença. Como posso descrever a sensação de sair do comboio, e saber-me ali - depois de tantos anos a sonhar com aquele momento? Não tendo encontrado companhia para esta pequena excursão, dirigi-me sozinha para a cidade, para passar dois dias por minha conta. A dormida ficou por conta de um amigo português, conhecido uns meses antes, numa viagem de avião, e posso dizer que o caloroso acolhimento que me dispensaram ele e os amigos italianos que por lá viviam também só contribuiu para aumentar ainda mais a perfeição desses dias. Obrigado João, és o maior! Bem, chegada por volta das 11 da manhã, dirigi-me directamente aos Uffizzi, munida com o meu mapa de turista (precioso, precioso...), pensando que me esperavam pelo menos duas horitas de fila antes de lá entrar... Mas, maravilha! Nem cinco minutos tive de esperar! Pelos vistos escolhi bem a época - Fevereiro, os turistas estavam todos em Veneza! Meio tonta com este milagre, dei-me depois ao luxo de passar uma horita em frente ao Palazzo Vecchio, a comer calmamente o meu farnel, e a pensar onde ir a seguir... Tudo ao meu ritmo, sem pressões, sem exigências exteriores. Próxima paragem: Duomo! Duas falhas cardíacas, aqui, provocadas não pelos 460 degraus, mas 1º: pelos frescos do Vasari a dois metros da minha cabeça, e 2º: pela vista da cidade, lá de cima, no zimbório da cúpula. Houve mesmo um americano, que vinha a trás de mim, que não se conteve de largar um sonoro "holly shet!!!" ao sair para o exterior... Indeed... O que é que eu posso dizer? Só indo lá. Vão! Bem, nesse dia ainda vi mais um par de coisas antes de me dirigir a casa dos meus anfitriões, para uma bela serata. Dia seguinte: Mais uma vez, subir - Jardim de Miguel Ângelo, para disfrutar da famosa vista que inclui a catedral. Maravilhoso, estupendo, fenomenal e... começou a chover copiosamente. Bem, lá se foi o meu conforto! Nada que me impedisse de continuar o passeio - afinal era só àgua, e não é todos os dias que estou por ali, certo? San Miniato Al Monte quase me fez chorar (para não variar), com o seu ambiente místico. Depois de uma Piada de vegetais, lá segui para Santa Croce, onde a chuva me reteve por um par de horas (nada que eu lamente, claro!). Depois, foi passear, andar pelas ruas, sentir a cidade, marcá-la na minha retina, para sempre... Não vos faço um relatório de tudo o que vi ( e ainda me falta ver tanto...), apenas quero partilhar o que esta cidade significa para mim. Apesar de ter passado dois dias a falar com as moscas, não me arrependo de ter ido sozinha, pelo contrário - tornou-se deste modo numa experiência mais íntima, e mais forte, uma ligação amorosa com a cidade, que só a intimidade da solidão permite. Imagens, então - e acho que desta vez me sairam mesmo bem, não é para me gabar! =)
O Campanille de Giotto... Imponente. Também se pode subir. Optei pela cúpula do Duomo, mesmo ali ao lado e...
...460 e tal degraus depois, é isto que se vê!
E também isto, mas não só... São 360º de deslumbramento (e de japonese a posar... Se calhar devia ter pedido ao simpático turista do norte com quem estava sempre a esbarrar para me tirar uma foto... paciência!), pelo que não ponho aqui mais imagens. Vão lá e vejam!
"Estás a ver mãe? Foi ali em cima que eu estive!"
Dia 2: Começar o dia de maneira agradável, através de ruelas encantadas...
Palazzo Pitti - um colosso, símbolo do poderio de uma estirpe... Sem tempo para entrar!
A caminho do Jardim, á beira do Arno, vistas da Ponte Vecchio...
Depois da subida: tcharan!! Pronto, os andaimes não são muito agradáveis, mas o que é que se pode fazer? Em Itália está sempre qualquer coisa em restauro, felizmente!
Monumento a Miguel Ângelo, que dá o nome ao jardim. (antes que se perguntem, não, não fui à Academia ver o David!)
Santa Croce. Palpitações. Boca aberta. Pérola da arquitectura renascentista. (já referi que tenho uma péssima memória para nomes?!) Eu prometo que depois vou ver e ponho aqui, ok?
Gosto muito desta. Ainda no interior de Santa Croce (depois de ter estado a tentar secar as luvas no ventilador da casa de banho...). Como podem ver, a chuva é um poderoso anti-turistas! ufa!
De volta à praça, a Fonte do Tritão, as estátuas e o Corredor de Vasari em todo o seu esplendor molhado e prospéctico.
Uffizzi, o famoso Corredor de Vasari. Como podem ver, as obras para a nova ala já tinham iniciado.
Por fim, o Arno visto da Ponte Vecchio...
Bem, a minha máquina não é grande coisa, e sei que a data fica inestética, mas para mim tem valor afectivo. Apesar de tudo, espero que tenham gostado destas imagens. Devo dizer, no entanto, que a maior parte do tempo estava tão deslumbrada que nem me lembrava que tinha a máquina no bolso... Enfim, era para ver, não só para olhar!
Quando voltarei? Brevemente, espero, do fundo do coração...
Fiquem bem!
Vera
4 comments:
que belo passeio que eu dei agora, ao som de stuart A. staples!! :) Acho que combinas perfeitamente com itália... se um dia fores para lá morar... arranja um sofá cama na sala, que eu fico já em lista de espera para te visitar ;) e que inveja do projecto erasmus... cada vez estou mais convencida que nasci antes do meu tempo!!! :)
Bela reportagem fotografica, amiga.
São todas tuas?
Gostei bastante. Como conheço a cidade, sinto que fizeste aqui um maravilhoso trabalho.
Bom feriado.
beijinhos
Daniela
Só foi pena o céu não ter ajudado. Florença está na lista de locais a visitar, e agora ainda me aguçaste mais o apetite. Vim há duas semanas de Veneza, outro local fantástico, reccomendo!
Oh, foi tão bom ver-te tão feliz nas fotografias. Que vontade de lá ter estado contigo.
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